A pergunta mais intrigante disso tudo é: como essa música ancestral soaria? Certeza absoluta talvez nunca tenhamos. Mas, desde sua descoberta, diversos estudiosos procuram reproduzir como seria a canção. Logicamente que não utilizando os instrumentos daquela época pois, embora os registros históricos apontem a lira, a flauta e outros instrumentos antigos como os que foram utilizados, não há uma completa certeza. Além do mais, a composição trata-se da Harmonia da canção e não da melodia propriamente dita.
Ao que tudo indica a canção contida nas tabuletas é um hino a Nekkal, deusa das plantações. Antes da descoberta das tabuletas em 1950, pouco se sabia sobre a música sumério-babilônica exceto os instrumentos utilizados, o que foi deduzido em imagens esculpidas e vestígios arqueológicos encontrados. A música (tanto a teoria quanto a prática) era considerada pelos antigos povos como uma arte divina e seu patrono era o deus Enko/Ea, que governava os reinos da magia, da arte e do artesanato.
Em 2010, o compositor e pianista Malek Jandalli e a The Syrian Simphony Orchestra em parceria com a The Russian Philharmonic Orchestra apresentou ao mundo uma versão aperfeiçoada da mais antiga canção da humanidade. Mesmo que na época de seu surgimento, não era esse som que se ouvia pela antiga cidade mesopotâmica, essa composição evoca um miticismo único.
Curiosidade: essa canção é tocada no filme Prometheus (2012) do diretor Ridley Scott. No filme, que aborda a busca do homem por sua própria origem, o personagem David 8, ao se ver diante da base da nave pertencente aos "Arquitetos da Humanidade", toca uma rudimentar flauta. A música é Echoes of Ugarit.
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