sábado, 20 de outubro de 2012

O velho e o mar - a obra mais perfeita que já li

Quando decidi ler todas as obras de Ernest Hemingway, um mundo novo se descortinou diante dos meus olhos. Nunca me identifiquei tanto com um escritor e suas aventuras, como com este integrante da "geração perdida". Há alguns minutos, terminei "O velho e mar" que é, sem dúvida, a obra mais perfeita que já conheci. Incrível como ele conseguiu condensar uma história tão linda em apenas 130 páginas, que me emocionaram do princípio ao fim. Até agora, não consigo deixar de pensar no velho Santiago, em sua persistência infinita, ao pescar um imenso espadarte. Jamais li nada igual. Incrível.
"Lembrou-se da ocasião em que pescara um casal de espadartes. O peixe macho deixa sempre que a fêmea se alimente primeiro, e de fato assim fora: a fêmea mordeu a isca e, sentindo-se presa, encheu-se de medo, lançando-se numa luta selvagem e desesperada que depressa a cansou. Durante todo esse tempo o macho ficou ao lado dela, atravessando a linha e circundando-lhe em volta a tona da água. Andara tão perto, que o velho chegara a ter medo que ele cortasse a linha com a cauda tão aguçada e quase tão grande como uma foice. Quando o velho a enganchou e lhe deu uma serie de pancadas que a deixaram quase morta e, depois, com a ajuda do garoto, a içou para bordo, o macho ainda continuou junto ao barco. Depois, quando o velho estava limpando as linhas e preparando o arpão, deu um grande salto no ar, mesmo ao lado do barco, para ver onde estava a fêmea, e voltou a mergulhar nas profundezas com as asas brancas, as barbatanas peitorais, completamente abertas, numa posição majestosa e dolorida." - Página 53.

Nenhum comentário:

Postar um comentário