quinta-feira, 26 de maio de 2011

Pernod - A bebida de "E agora brilha o sol" (The Sun Also Rises/1957)

Ontem, estava assistindo "E agora brilha o sol" - baseado na obra de Ernest Hemingway - quando notei que os personagens sempre pediam "Pernod", enquanto perambulavam pela França nos anos 20. Com certeza rolou um jabá violento nessa história, mas foi tão grande o número de vezes que a bebida foi citada, que me chamou a atenção. Resolvi então descobrir que diabos é "Pernod" e acabei encontrando no blog "O mundo das Marcas" a solução deste terrível estratagema A resposta você confere a seguir:
 
Cena de "E agora brilha o sol" (The sun also rises)
A História do Pernod

A história tem início em 1797 quando o major Dubied, após comprar a fórmula de um revitalizante especial chamado “elixir de Absinto”, criado anos antes pelo Dr. Pierre Ordinaire, põe em funcionamento uma fábrica para produzir a bebida na cidade suíça de Couvet, junto com seu genro, Henri-Louis Pernod. A nova bebida era uma embriagante combinação da semente de anis perfumada (também conhecida como badiana) com a adição especial de “Artemisa absinthium”, a planta do absinto.
 

Poucos anos mais tarde, em 1805, a companhia Pernod Fils é criada em Pontarlier na França por Henri-Louis Pernod para produzir a bebida. Inicialmente conhecido por sua propriedade de aliviar a dor, o absinto logo ganhou fama na França com a marca PERNOD, sendo chamado de “O absinto da alta sociedade parisiense”. Nas décadas seguintes os pedidos se multiplicaram, a produção cresceu e uma segunda fábrica foi inaugurada em 1871, mesmo ano em que a destilaria Hémard foi montada em Montreil-sous-Bois por Ariste Hémard. No ano seguinte, a companhia Pernod Père et Fils foi formada em Avignon por Jules-François Pernod. Tudo ia bem até que em 1915 um decreto ministerial baniu a produção do Absinto e a empresa foi forçada a fechar suas portas.
 

 Em 1920, os licores de anis são legalizados novamente, embora em uma forma mais branda - um novo drinque de anis, mas “sem absinto”; e com isso os centros de produção de Pontarlier, Avignon e Montreil unem-se, em 1926, sob o nome Casa Hémard, Pernod Père et Fils e Pernod Fils Réunis.
Sinopse do filme:

A história se passa nos anos de 1920 em Paris, França. Jake é um jornalista e ex-soldado americano exilado que, junto a outros amigos escritores na mesma condição, passa a maior parte do tempo nos cafés parisienses, vivendo uma vida hedonista e sem rumo. Jake sofreu um ferimento de guerra que o deixou debilitado, mas a luxuriosa Lady Ashley, noiva do beberrão Mike Campbell, insiste em perseguir um romance com o jornalista. Aliando-se a mais alguns amigos, esse improvável grupo viajará até as touradas de Pamplona e viverá experiências no fogoso calor da Espanha. 

domingo, 22 de maio de 2011

Grand Hotel (1929) - O livro que inspirou o filme

Produção do filme Grand Hotel - 1932


- Onde está a verdadeira vida? Eu ainda não a descobri. Estive no Cassino, encontro-me no hotel mais caro de Berlim, mas não é só isso o que eu quero. Desconfio que a vida real, verdadeira, a vida propriamente dita, existe num outro lugar e tem um aspecto bem diferente.

- E o que imagina o senhor que a vida seja? Existirá mesmo essa vida que o senhor imagina? A coisa propriamente dita existe sempre em um lugar diferente. Quando a gente é jovem, pensa: mais tarde!... Mais tarde lamentamos: Antigamente é que eu vivia! Quando estamos aqui, imaginamos a vida na India, na América ou em outro lugar qualquer. Mas quando nos encontramos lá, a vida acabou de passar por ali e desaparecer, ficando à nossa espera aqui, de onde nós fugimos.

- Não acredito nisso - disse com modéstia.

- Pode acreditar. O senhor acabou de chegar de viagem e veio lá do seu cantinho de província com idéias absurdas sobre a vida. “Grande Hotel”, pensou o senhor. O hotel mais caro de Berlim, pensou o senhor. Deus sabe que milagres o senhor espera de um hotel assim. O senhor vai logo ficar sabendo o que é isto. Este hotel não vale nada, Sr. Kringelein. A gente chega, fica algum tempo, depois parte. De passagem, compreende? Para uma estadia curta, sabe? O que é que o senhor faz num hotel de luxo? Come, dorme, fica a vadiar, faz negócios, flerta um pouquinho, dança um pouco, não é? Bem, e o que faz o senhor da vida? Centenas de portas num corredor e ninguém sabe nada a respeito de quem mora ao lado de seu quarto. Quando o senhor se vai, chega outro sujeito, deita-se na sua casa e acabou-se. Fique sentado algumas horas no “hall” e preste atenção: ninguém é real, essa gente não tem fisionomia própria! É tudo ilusão. Estão todos mortos e não sabem. É uma arapuca, um hotel de luxo. “Grand Hotel bella vita”, heim? Bem, o principal é ter sempre as malas prontas.

Grande Hotel – Vicki Baum – 1929.