quarta-feira, 27 de abril de 2011

Série: Cenas Lendárias do Cinema

Inicio esta série - Cenas Lendárias do Cinema - com a corrida de Jules et Jim. Neste trecho, Jeanne Moreau se veste de homem, engana um tiozinho que passava pela rua, encara uma corrida com Jules e Jim sobre o viaduto, trapaceia e ganha. 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Os 15 discos mais poderosos da Música Brasileira.

Antes, de mais nada, já digo logo que aqui não há nada do Caetano Veloso. Não que eu não goste da obra dele, mas nessa lista eu quis colocar apenas os discos que mudaram a minha vida de alguma forma. Pra mim, estes são os discos mais lendários da Música Brasileira. Em uma sequência sem ordem de relevância, aí vai o meu Top 15 dos discos brasileiros.

1) Milton Nascimento e Lô Borges - Clube da Esquina
O que me chama mais a atenção no "Clube da Esquina" é que esta obra é totalmente diferente de tudo o que Milton já produziu. Isso porque contou com a participação do então adolescente, Lô Borges,  que imprimiu um estilo altamente psicodélico no disco. Não sei porque, mas toda vez que escuto "Clube da Esquina", me lembro dos Beatles.

2) Jorge Ben - A Tábua de Esmeralda
Antes de ser "Jor", Jorge Ben produziu algumas das obras mais geniais da música brasileira. Sua extensa carreira, que passa por "Samba Esquema Novo", "Africa Brasil" e "Solta o Pavão" mistura alquimia, história e filosofia para ilustrar um som altamente revolucionário. "Tábua de Esmeralda", considerado a obra prima do músico é tão incrível que cada vez que eu ouço, percebo algo diferente. Como pode um disco misturar samba, psicodelia, rock e grandes pensadores de forma tão perfeita? Jorge Ben encontrou a pedra filosofal.

3) Tim Maia - Racional (1 e 2)
Cada doidão tem a religião que merece e com Tim Maia não foi diferente. Ao buscar uma maneira de escapar dos excessos, o músicos deu logo um chute no saco e encontrou a seita mais alucinada que viu pela frente. "Universo em Desencanto", "Imunização Racional"... essas foram algumas da expressões difundidas pelo músico que pintou todos os instrumentos de branco, obrigou a banda toda a se vestir desta mesma cor e não tomou um único gole de cerveja nos dois discos que produziu sob efeito da "fé". Como resultado, tivemos dois dos discos mais loucos da música brasileira que misturava frases aparentemente sem sentido com muito soul.

4) Mutantes - Mutantes 
Quem conhece o trabalho dos Mutantes pode até discordar da minha escolha ao definir o melhor disco da banda brasileira mais revolucionária de todos os tempos. Afinal, Tecnicolor, Jardim Elétrico e outros álbuns são tão bons quanto o de estreia de Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e Rita Lee. O interessante de "Os Mutantes" é a crueza da guitarra, a genialidade das letras e a sintonia perfeita dos vocais.

5) Chico Buarque - Disco da Samambaia
Sem nome, o álbum de Chico Buarque gravado em 1978 foi apelidado de "Disco da Samambaia". Nesta bolacha, tem de tudo. A começar por alguns dos maiores clássicos de protesto como "Calice" e "Apesar de Você" (Relançamento). A dilacerante frase "Saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu" está presente na letra de "Pedaço de Mim". Outro destaque vai para a canção "Trocando em Miúdos" em que Chico não consegue conter o choro durante a gravação. O disco também contém algumas pérolas como "Feijoada Completa" e "Homenagem ao Malandro". Perfeito.

6) Legião Urbana - V
Sou meio suspeito para falar sobre Legião Urbana. Dos 16 em diante, passei a colecionar tudo o que dizia respeito à banda e a estudar cada um dos discos. No momento de escolher um  álbum perfeito do grupo, cheguei a pensar no "Tempestade" por representar a entrega total do artista, quase no leito de morte. A minha opção pelo "V" foi feita por uma série de fatores que tornam esse trabalho uma obra prima. A começar pelo estilo medieval das primeiras músicas, passando canções complexas como "Teatro dos Vampiros", a épica "Metal contra as Nuvens", até chegar à descontraída "O mundo anda tão Complicado". Minha música preferida da Legião está nesse álbum, "L'Age D'or" - referência ao filme surrealista "A idade do Ouro" de Luis Buñuel e Salvador Dali. Como sugere o encarte, este disco é um retorno aos anos 70. Elementos Psicodélicos e Líricos se fundem para criar um conceito nunca visto em álbuns nacionais.

7) Lô Borges - Disco do Tênis
Quando ouvi pela primeira vez o lendário "Disco do Tênis" uma grande questão passou a tirar o meu sono: "O Clube da Esquina" teria aquele som absolutamente genial por conta da intervenção experimental de Lô Borges ou acabou mostrando o caminho para que ele produzisse o disco mais louco de sua carreira? Difícil dizer. Inquestionável é que, apesar criar uma série de álbuns excelentes, nada chegou perto ao seu trabalho de estreia, como cantor solo. Destaque para as progressivas "Você fica bem melhor assim" e "Aos Barões".

8) Cordel do Fogo Encantado - Cordel do Fogo Encantado
Tomei conhecimento da existência do Cordel do Fogo Encantado através de algumas canções encartadas na Revista Trip. A minha primeira reação foi o choque. Eu não conseguia entender como  o som de alguns músicos que diziam ter nascido no sertão de pernambuco poderia ser tão rock n roll. Alguns meses depois, encontrei o vocalista Lirinha em um show e ele me falou sobre o conceito da capa: um caboclo com os raios de sol refletidos nas lentes de seus óculos. Capa tão genial quanto o disco.

9) Raul Seixas - Novo Aeon
 Tarefa cruel dizer qual é o melhor disco de Raul Seixas. A opção por "Novo Aeon" veio depois que eu cheguei à conclusão de que este talvez seja o disco mais conceitual do artista. "Novo Aeon" vai muito além de um simples disco. É um verdadeiro manifesto da seita, religião ou ideologia que Raul e Paulo Coelho criaram sob inspiração de Mr. Crowley. Em todas as canções é possível perceber a opção pelo individualismo, o desejo de fazer as próprias escolhas dentro do cercadinho natural. A Sociedade Alternativa e a Lei de Thelema estão digeridos em todo o "Novo Aeon", fazendo deste disco uma verdadeira jóia.

10) Secos e Molhados - Secos e Molhados
Até os Titãs gravarem o clipe da música "Eu não aguento", "parafraseando" a mesa da capa do "Secos & Molhados", eu nunca tinha parado para prestar atenção neste disco. Só então eu notei que eles não haviam chupado apenas a ideia da capa, como também toda a introdução de "Sangue Latino". Foi aí que eu me dei conta de que Ney Matogrosso havia produzido um dos álbuns de Rock mais loucos de todos os tempos. Uma verdadeira obra de arte.

12) Arnaldo Batista - Loki?
Tomei conhecimento do álbum "Loki?" através do documentário sobre a vida de Arnaldo Baptista, com o mesmo nome. O disco foi gravado num momento em que o artista estava, publicamente, questionando sua sanidade. O excesso e a Rita Lee haviam feito uma mistura fatal na cabeça do rapaz e tudo o que ele passou ficou gravado em seu disco solo.

13) Racionais MC´s - Sobrevivendo no Inferno 
Pra dizer a verdade, não tenho ideia se outros grupos de RAP brasileiros gravaram álbuns conceituais antes de "Sobrevivendo no Inferno", mas suspeito que nenhum tenha sido tão genial . Com este disco, os Racionais ganharam respeito do país, através de um discurso inteligentíssimo e de um som que toca quem precisa acordar para seus direitos. Como o salmo 23, citado no disco, uma obra que refrigera a alma e nos guia pelo caminho da justiça. 

14) Chico Science e Nação Zumbi - Afrociberdelia
Lançado em 1996, o segundo e mais consistente álbum de Chico Science e Nação Zumbi representa bem a revolução que o grupo de Recife causou no universo musical brasileiro, em sua curta existência. Somente o tempo vai dizer o quanto Chico Science representou na música braisleira, ao misturar sons regionais, rock e música eletrônica.
  
15) Lobão - A vida é Doce
Lobão revolucionou a música brasileira ao dar um pé na bunda das gravadoras e lançar "A vida é doce" ,nas bancas de revistas. Todos númerados, os exemplares uderam, pela primeira vez, ser contados e demonstraram o que o artista já estava careca de saber: ele vendia mais do que diziam. Com esta estratégia, Lobão vendeu cerca de 60 mil peças de sua obra prima e trouxe sua carreira à tona em grande estilo.